20 de ago. de 2011

Os Radiofármacos Utilizados na Medicina Nuclear

A Medicina Nuclear é uma especialidade médica relacionada à Imagenologia que se ocupa das técnicas de imagem, diagnóstico e terapia utilizando radionuclídeos. Emprega-se o uso desses nuclídeos radioativos no estudo da anatomia, da fisiologia funcional e bioquímica dos diferentes órgãos, sistemas e patologias.

Radiofármaco: É toda substância que por sua forma farmacêutica, quantidade e qualidade de radiação, pode ser utilizada no diagnóstico e terapia de várias enfermidades do corpo humano, qualquer que seja sua via de administração.


Fatores para a Produção de Radiofármacos:


- Escolha do radionuclídeo;
- Finalidade (diagnóstica e terapêutica);
- Disponibilidade;
- Custo.

Propriedades dos Radiofármacos quanto à sua Finalidade:

Diagnóstico:


- Seletividade por um determinado órgão ou sistema;
- Deve emitir radiações penetrantes que atravessem o corpo e atinjam os detectores;
- Deve emitir baixa dose de radiação ao paciente;
- Permitir repetição de exames em tempos curtos.

Terapia:


- Devem apresentar seletividade pelo tumor;
- Transferir ao tumor alta taxa de dose de radiação para destruir a célula cancerígena;
- Não deve prejudicar os tecidos sadios adjacentes.

Para o diagnóstico, a maioria dos radiofármacos são líquidos para serem injetados, e apenas dois são na forma de gases para a realização de exames das vias aéreas.
Na terapia, a maioria dos radiofármacos são sólidos, na forma de cápsulas. Eventualmente, também podem ser feitos radiofármacos líquidos injetáveis para terapia. Quase todos os radioisótopos são emissores de radiação gama.

Radioisótopos para Exames:


No Brasil, os radioisótopos disponíveis para a utilização clínica são o Iodo-123, o Gálio-67, Tálio-201, Tecnécio-99m, Flúor-18 e o Samário-153.
O Tecnécio-99m é o radionuclídeo mais utilizado na Medicina Nuclear. Ele é um emissor gama monoenergético, 140 keV, com meia-vida de 6 horas, o que facilita bastante sua administração e realização do exame.
Além disso, o Tecnécio também pode ser fabricado no próprio serviço de medicina nuclear através do gerador de tecnécio.


Gerador de tecnécio-99m, produz 21 produtos radioativos e 15 tipos de reagentes liofilizados.


Radioisótpos para Terapia:


Na terapia, o Iodo-131 é utilizado para realizar o tratamento do câncer de tireóide ou hipertireoidismo. Com emissão gama de 364 keV e meia-vida de 8 dias, o Iodo normalmente é administrado na forma de cápsulas.






Tatuagens e o Risco em Exames de Ressonância Magnética

Alguns tipos de tatuagens podem apresentar perigo quando se necessita realizar um exame de ressonância magnética, o risco está relacionado à composição do material das tintas e ao tamanho da tatuagem. Especialistas dizem que algumas cores causam mais reações que outras, por exemplo, a tinta de cor vermelha contém ferro, que é um material ferromagnético e sensível aos campos magnéticos aplicados nos equipamentos de ressonância magnética.
Além disso, o ferro da tinta vermelha pode conduzir eletricidade, circuitos de corrente são induzidos quando os campos magnéticos estão mudando rapidamente durante o processo na formação de imagens. Este fluxo de corrente elétrica pode esquentar o metal presente na composição da tinta com capacidade suficiente para queimar.
As reações podem resultar em inchaço da pele tatuada e da área ao redor, sensações de calor e irritação mais profunda na pele, reações mais graves podem resultar em queimaduras de primeiro e segundo grau.



Se o paciente que tem alguma tatuagem no corpo necessita realizar um exame de ressonância magnética deve informar ao médico, ao tecnólogo e/ou técnico, esses profissionais irão avaliar a situação.

Meios de Contraste em Ressonância Magnética

Em Ressonância Magnética Nuclear os mecanismos dos meios de contraste nas imagens são completamente diferentes dos que são utilizados em Radiologia Convencional. Na ressonância, substâncias paramagnéticas alteram o campo magnético local, reduzindo os tempos de relaxação longitudinal e transversal dos núcleos de hidrogênios excitados. O encurtamento do tempo de relaxação longitudinal intensifica os sinais dos tecidos na ponderação T1. Já os meios que interferem no encurtamento dos tempos de relaxação transversal produzem uma redução dos sinais dos tecidos na ponderação T2. Assim, os meios de contraste em RM são definidos como contraste por T1 e contraste por T2.
Os meios de contraste a base de gadolínio produzem contraste por T1 nas imagens. O gadolínio encurta o tempo T1 nos tecidos que passam a emitir sinal com maior intensidade (hiperintenso).
O gadolínio é um elemento da família dos metais nobres, os conhecidos terras raras, e constitui-se o meio de contraste mais utilizado em ressonância magnética.
Meios de contraste a base de óxido de ferro produzem contraste por T2. Os óxidos ferrosos usados em ressonância como o Lumirem são substâncias superparamagnéticas que produzem grandes alterações nos campos magnéticos locais. Essas alterações reduzem os tempos de relaxação transversal dos tecidos que passam a apresentar uma diminuição de seus sinais caracterizando o contraste por T2 (hipointenso). Os meios de contraste por T2 são poucos utilizados.
No Brasil alguns serviços de vêm utilizando alternativamente o suco de açaí como meio de contraste T2 nos exames do trato digestório. A ação do suco de açaí torna a luz das cavidades gastrointestinais hipointensas.

Características do Gadolínio:

O gadolínio é um metal pesado altamente tóxico para o organismo humano. A administração do gadolínio como meio de contraste é possível pela agregação de substâncias que evitam a fixação orgânica desses metais e facilitam sua eliminação, principalmente pelas vias excretoras renais. Essas substâncias são denominadas "quelados". O ácido dietileno triaminopentacético - DTPA, é um dos quelados mais comuns utilizados nos contrastes de RMN.
A fixação do elemento metálico gadolínio ao quelado DTPA forma o GD-DTPA, gadopenteato, meio de contraste por T1 hidrossolúvel e de baixa toxicidade.
Meios de contraste a base de gadolínio apresentam baixa osmolalidade, esta característica torna o meio mais tolerável e evita a sensação de dor quando administrados em altas velocidades como exigido em exames angiográficos e de perfusão. Também apresentam baixa viscosidade, não havendo necessidade de pré-aquecimento à temperatura corporal para sua administração.

Indicações do Uso de Gadolínio:


As principais indicações são para exames com suspeita do diagnóstico de:

- Tumores;
- Metástases;
- Processos inflamatórios/infecciosos;
- Interesse em análises vasculares;
- Ruptura da barreira hematoencefálica;
- Placas de esclerose ativas;
- Áreas de infarto;
- Áreas de fibrose no pós-operatório;
- Nos estudos funcionais de perfusão nos diversos órgãos.

Dosagem:

A dose recomendada para grande parte dos exames de ressonância é de aproximadamente 0,1 mmol/kg de peso (volume de 0,2 ml/kg), podendo ser dobrada a dosagem nos casos de estudos angiográficos por ressonância.

Efeitos Adversos:

Principais sintomas que podem ocorrer:

- Náuseas e vômitos;
- Calor, dor local;
- Reações cutâneas;
- Reações alérgicas em mucosas.



Fonte: Técnicas em Ressonância Magnética Nuclear.