31 de mar. de 2011

Meios de Contraste Iodado

Os meios de contraste iodados são substâncias radiodensas capazes de melhorar a especificidade das imagens obtidas em exames radiológicos, pois permitem a diferenciação de estruturas e patologias vascularizadas das demais.

ASPECTOS GERAIS

A estrutura básica dos meios de contraste iodados é formada por um anel benzênico ao qual foram agregados átomos de iodo e grupamentos complementares, onde estão ácidos e substitutos orgânicos, que influenciam diretamente na sua toxicidade e excreção.

Na molécula, o grupo ácido (H+) é substituído por um cátion (Na+ ou meglumina), dando origem aos meios de contrastes ditos "iônicos", ou por aminas portadoras de grupos hidroxilas denominando-se, neste caso, "não iônico".

Todos os meios de contraste iodados utilizados regularmente são muito hidrofílicos, tem baixa lipossolubilidade, peso molecular inferior que 2000 e pouca afinidade de ligação com proteínas e receptores de membranas. Distribui-se no espaço extracelular, sem ação farmacológica significativa.

Os meios de contraste podem ser encontrados em apresentações para uso endovenoso, intratecal, oral ou retal.

Os contrastes iodados não iônicos (baixa osmolalidade) apresentam vantagem em relação à segurança sobre os agentes iônicos, e são de um custo mais elevado. Os contrastes iodados hidrossolúveis não iônicos para uso intratecal são preferíveis aos contrastes de base oleosa (iodenidilato) e agentes não iônicos (metrizamina) usados em estudos mielográficos. As vantagens dos agentes não iônicos são a melhor evidenciação de estruturas como: raízes e bainhas nervosas na TC. A desvantagem dos agentes não iônicos par uso intratecal durante reabsorção pelo sistema nervoso, podem provocar alterações nas condições mentais, náuseas, vômitos, e raramente convulsões. Estes efeitos podem ser minimizados pela hidratação do paciente.

EFICÁCIA DOS MEIOS DE CONTRASTES

A eficácia de um meio de contraste depende não apenas das propriedades farmacológicas de sua molécula, mas principalmente de sua capacidade de atenuação de Raios-X. A atenuação dos Raios-X por um agente de contraste depende da concentração de iodo, da distância percorrida, pelo fóton de Raios-X através da solução iodada e ainda da energia do fóton. Quanto maior a concentração de iodo na solução, maior será sua capacidade de atenuar Raios-X.

O uso de contraste iodado não iônico é mais freqüente utilizado por sua segurança e maior tolerabilidade pelo paciente do que por um significante aumento da eficácia, porém são de um custo mais elevado. O contraste não iônico é bastante utilizado em crianças e idosos por oferecer uma maior segurança ao paciente.

Classificação Das Reaçôes Adversas aos Meios De Contrastes

Reações adversas leves:

Náusea/vômito

Alteração do paladar

Sudorese/leve palidez

Calor

Prurido

Exantema

Cefaléia discreta

Rubor

Congestão nasal

Tontura

Calafrios

Espirros

Ansiedade

Tremores

Inchaços em olhos e boca

Reações adversas moderadas:

Vômitos intensos

Laringoespasmo

Dor tórax e abdome

 Edema facial

Rigidez

Urticária intensa

Hipertensão

Dispnéia – sibilos

Broncoespasmo

Hipotensão

Cefaléia intensa

Mudança na freqüência Cardíaca

Reações adversas graves: Potencialmente apresentam risco de vida, com moderados ou graves sintomas associados à:

Inconsciência

Arritmias com repercussão clínica

Convulsão

Parada cardiorespiratória

Edema agudo de pulmão

Colapso vascular severo

Técnicos em Radiologia são Especialistas

Esta pode ser uma dúvida corriqueira tida por

diversas entidades profissionais que deixam

de atentar para as acentuadas diferenças

existentes entre os cursos técnicos de formação concomitante

ao ensino médio e os cursos técnicos com

formação pós ensino médio, sendo esta última a condição

dos Técnicos em Radiologia.

Segundo versam diferenciados autores, especialista

é aquele que se dedica a uma ciência ou arte, que

se especializa em determinada área do saber ou sabe

muito sobre determinado assunto ou segmento.

O curso técnico em radiologia tem características

distintas, começando pela exigência legal de escolaridade

e idade mínima comprovadas, segundo Lei n.

7.394/1985. Tais exigências se justificam em face da

imensa gama de conteúdos específicos relacionados

às matérias de anatomia, química, física, biologia, entre

tantas outras inerentes às atividades radiológicas,

sem considerar a exposição a agentes químicos (reveladores)

e radiação ionizante.

Várias são as vertentes de graduação amparadas

pela legislação brasileira, que oferece aos jovens uma

série de possibilidades no âmbito da educação profissional

e educação superior. Estabelece o artigo 21, da Lei nº

9.394/96 que a educação é composta por dois níveis: 1)

educação básica formada pela educação infantil, ensino

fundamental e ensino médio; e 2) educação superior. O

Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado pela Lei nº

10.172, define a educação profissional como uma modalidade

de ensino, paralela ao ensino regular, que abarca

três níveis distintos: básico, técnico e tecnológico.

Ainda, segundo a legislação brasileira, em seu artigo

44, da LDB, a educação superior é oferecida em

quatro, distintas, possibilidades de formação a saber:

cursos sequenciais por campo de saber, de graduação,

de pós-graduação e de extensão. Os cursos superiores

possuem dois objetivos distintos: a qualificação

técnica, profissional ou acadêmica e a ampliação

dos horizontes intelectuais em campos das ciências,

humanidades e artes. Os cursos de graduação são

acessíveis a quem termina o ensino médio e se classifica

em processo seletivo, sendo esta, também, a condição

“sine qua non” para aqueles que pretendem a

formação nas áreas voltadas às técnicas radiológicas,

tanto em nível técnico quanto superior.

Sendo assim, o entendimento é que o Técnico em

Radiologia é um especialista das técnicas radiológicas,

pois abarca um conjunto de conhecimentos científicos

que compõem a base cognitiva, epistemológica e

tecnológica da formação desse profissional que, para

atuar no mercado de trabalho, tem, obrigatoriamente,

que ser egresso de curso técnico em radiologia

além de ter seu registro efetivado junto ao Conselho

Regional de Técnicos em Radiologia.

Os técnicos e tecnólogos, do segmento radiológico,

atuam em áreas insalubres, estando constantemente

expostos a radiação ionizante, bem como a

agentes químicos e biológicos, tanto na esfera pública

quanto privada.

Desde 1960 a aposentadoria especial tem passado

por muitas normativas e alterações legais, sendo hoje

disciplinada pelos artigos 57 e 58, da Lei nº 8.213, de

24/07/1991. Contudo não se cumpriu, ainda, o previsto

no parágrafo 1º do artigo 201 (CF) e inciso III , parágrafo

4º, do artigo 40 (CF), 1998, deixando, por conseguinte,

de assistir diversos segmentos profissionais além

dos técnicos e tecnólogos em radiologia.

Não bastasse a imensa complexidade de textos

legais e normativas que envolvem o tema o profissional

ainda é penalizado em face da distinção entre servidores

da esfera privada (RGPS) e da esfera pública

(RPPS), como se a exposição aos riscos, em condições

insalubres e/ou penosas, principalmente no segmento

radiológico, não afetasse ambos da mesma forma.

No Regime Geral da Previdência Social (RGPS),

o tempo de serviço exigido para aposentadoria, em

condições especiais, pode ser de 15, 20 ou 25 anos de

trabalho, conforme o caso, sem exigência de idade

mínima.

Já no Regime Próprio da Previdência Social (RPPS),

o tempo de serviço exigido para a aposentadoria, em

condições especiais ou não, é de 35 anos de trabalho,

devido à inexistência de disciplina específica sobre

aposentadoria especial para os servidores públicos.

Não bastasse a distinção feita entre esferas pública

e privada, percebe-se que a instituição da aposentadoria

especial repete o mesmo equívoco cometido

em relação à instituição dos adicionais de insalubridade

e de periculosidade, fazendo com que o trabalhador

ignore os riscos e falhas de proteção face ao

adicional pecuniário sobre seus vencimentos. Houvesse

o legislador sido incisivo na proibição do trabalho

em ambiente nocivo, estabelecendo prazo para

a eliminação ou a neutralização da insalubridade do

ambiente de trabalho e acirrada punição para o não

cumprimento das determinações legais, em vez de

admitir sua continuidade mediante simples pagamento

de adicional ao trabalhador exposto, não se faria

imperiosa a criação da aposentadoria especial e seus

desdobramentos. (Donadon, 2003).

Contudo o entendimento é que a regulamentação

se faz urgente e oportuna, corrigindo, mesmo que

tardiamente, as injustiças praticadas contra os servidores

públicos, que expostos a riscos ou agentes nocivos

à saúde, não são contemplados pela aposentadoria

especial pelo fato de terem como empregador

a administração pública, o que em hipótese alguma

imuniza os profissionais das técnicas radiológicas das

substâncias radioativas e todos os riscos oriundos

dessas atividades.

O Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia

(CONTER), bem como outras entidades de classe,

ajuizaram petições na Proposta de Súmula Vinculante

(PSV) n. 45/2009, do Supremo Tribunal Federal

(STF), que trata da concessão de aposentadoria

especial aos servidores públicos, por entender que

as distinções aplicadas à categoria ferem princípios

constitucionais e deixam de assistir uma enorme

gama de profissionais das técnicas radiológicas, dentre

outros segmentos

3 de mar. de 2011

STF desvincula reajuste do salário mínimo

Radiologia Intervencionista


Uma viagem pelo corpo humano, na qual é possível navegar tridimensionalmente pelas mais estreitas passagens do organismo, como veias e artérias. O cenário parece futurístico, mas é bem real, graças à radiologia intervencionista (RI), especialidade que permite diagnosticar e tratar doenças graves de forma minimamente invasiva, reduzindo riscos de complicações e morte. A história da RI começou a se desenhar na década de 1960, quando o americano Charles Dotter fez a primeira angiologia de artéria femoral em uma paciente de 82 anos. Referência entre os colegas, o médico buscava alternativas para as cirurgias abertas. “Essa senhora apresentava dor e gangrena devido ao estreitamento arterial, não era uma boa candidata à operação e o caso evoluía para a amputação”, conta Alexander Corvello, chefe do serviço de RI do Hospital Santa Cruz, em Curitiba. Dotter usou uma corda de guitarra como fio guia e um cateter, que dilatou a artéria. “A paciente foi embora andando e com as lesões cicatrizadas”, diz.

De lá para cá, o aprimoramento da especialidade permitiu o tratamento de doentes com os mais diversos males. Através de microincisões, cateteres navegam guiados por equipamento de imagens e patologias são combatidas sem que o resto do organismo seja agredido. “O tempo de recuperação é muito menor. Hoje, tratamos doenças intra e extravasculares. Na maioria dos casos, um único furinho, geralmente na virilha, é feito na pele do paciente. Nem ponto é necessário”, pondera Corvello, que está à frente da Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular.

Atualmente, a RI tem nocauteado mazelas como aneurismas, doença obstrutiva da artéria carótida (AVC isquêmico), trombose venosa profunda, doença arterial periférica, impotência sexual vasculogênica, tumores malignos no fígado e em outros órgãos, fratura de vértebras e muitas outras. A neurocirurgiã Iruena Kessler fala com entusiasmo sobre o aumento nas chances de recuperação total de pacientes diagnosticados com aneurisma cerebral. Antigamente, a doença era um caminho sem volta para boa parte dos enfermos. Na cirurgia convencional, o crânio é aberto e parte do osso é retirada para que o aneurisma seja clipado ou costurado. Diversas estruturas podem ser lesadas. “Pela radiologia intervencionista, fazemos a embolização e exclusão do aneurisma com micromolas ou stents. Sem traumas, o paciente vai para casa andando dois dias depois”, explica a médica.

O procedimento é realizado via punção da artéria femoral — um microfuro na virilha —, por onde os cateteres navegam até as ramificações do cérebro. O risco de lesão em outras áreas é mínimo. “O preenchimento com micromolas exclui o fluxo de sangue e resolve o transtorno”, acrescenta Gustavo Paludetto, radiologista intervencionista que atua no Incor Taguatinga e no Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (IC-DF). As imagens que guiam a equipe médica são obtidas por ultrassom, tomografia computadorizada, angiografia por subtração digital e radioscopia.

A comerciária Brasília de Paula Teixeira, 53 anos, acredita estar viva graças à RI. Diagnosticada com um aneurisma cerebral já rompido em 2009, ela ficou internada na UTI por 24 dias. “Os médicos me desenganaram, diziam que eu não sobreviveria à cirurgia aberta. Um radiologista intervencionista soube do meu caso e me operou com um único furo na virilha. Graças a ele, estou viva. Três dias depois do procedimento, eu estava em casa com minha família”, relembra.

Promessas
Os miomas uterinos, tumores que atingem 25% das mulheres, também podem ser tratados pela RI. Até a década de 1990, a única solução para o problema era a cirurgia aberta. Na maioria dos casos, o útero era retirado. “Hoje, pelas artérias injetamos microesferas que obstruem os vasos e reduzem a irrigação do tumor. A embolização pode ser feita apenas com anestesia local na virilha e leve sedação. Não há cortes nem perda sanguínea, apenas uma incisão menor que 2mm”, pontua Paludetto.

Entre os pacientes mais beneficiados pela RI, estão os diagnosticados com aneurisma na aorta, cujo rompimento leva 87% das vítimas à morte. Da maior artéria do nosso corpo, saem os ramos que irrigam todos os tecidos do organismo. O método cirúrgico tradicional de retirada do aneurisma envolve procedimentos de risco. O índice de mortalidade é alto e 25% dos pacientes que vencem a cirurgia ficam paraplégicos. “Com a RI, implantamos a mesma prótese colocada na cirurgia convencional. Apenas 0,8% dos pacientes morrem e o índice de paraplegia caiu para 2,2%”, observa o radiologista intervencionista.

O médico intensivista Renato de Camargo Viscardi, 63 anos, conta que recebeu o diagnóstico de aneurisma na aorta por um exame de ecografia. “O aneurisma estava crescendo rapidamente e, como médico, sabia dos riscos da cirurgia tradicional, mas já estava por dentro dos benefícios da RI. Optei por esse novo caminho. Poucos dias depois da cirurgia, estava cavalgando. Hoje, levo uma vida absolutamente normal, o que provavelmente não seria possível se tivesse sobrevivido à cirurgia convencional”, considera.

Para Alexander Corvello, o futuro da especialidade mais democrática da medicina é promissor. “Somos pioneiros na medicina moderna. A RI nos exige expertise em anatomia humana, demanda conhecimento de diversas áreas da medicina e destreza com a tecnologia. Até a oncologia tem se beneficiado. O tratamento de alguns cânceres, como o de fígado, por exemplo, ganhou uma ajuda representativa”, avalia. Segundo ele, as expectativas não poderiam ser mais animadoras. “Nos próximos anos, a RI será mais difundida e tratará as enfermidades com ainda mais efetividade e menor agressão para o paciente”, garante.
FONTE: CONTER

Histerossalpingografia

Estomago Esofago e Duodeno